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'Sem livrarias, corre-se o risco da desindustrialização do setor', alerta Jaime | © Carlo Carrenho

Cada livraria condensa o mundo

Em novo artigo, Jaime Mendes analisa o papel da livraria no mercado editorial brasileiro e conclui: ‘Sem livrarias, corre-se o risco da desindustrialização do setor’

Texto por Jaime Mendes

‘Sem livrarias, corre-se o risco da desindustrialização do setor’, alerta Jaime | © Carlo Carrenho

Quarenta e um, vírgula, sessenta por cento. Este número representa a participação do canal Livrarias no faturamento a mercado em 2019, apurado na Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, que a Câmara Brasileira do Livro (CBL), o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Nielsen Books (era a FIPE até 2018) divulgaram dia 8 de junho passado, e que o PublishNews noticiou.

À primeira vista parece ser um ótimo resultado. Será mesmo?

Esta pesquisa patrocinada pela CBL e SNEL existe desde 2004. A partir de 2010 passou a mostrar a participação percentual de cada canal nas vendas a mercado. O ano de 2019 passa já a ser um marco, tendo em vista que, pela primeira vez, a participação do canal Livrarias ficou abaixo dos 50%; e não foi pouco.

Como pode ser visto no gráfico a seguir, a participação das livrarias vem caindo, sistematicamente, a cada ano no faturamento das vendas a mercado. Portanto, é anterior a 2018, ano das recuperações judiciais (RJ) de Saraiva e Cultura.

A pesquisa do IBGE “Perfil dos Municípios Brasileiros 2018” também mostra a queda no número de livrarias no Brasil entre os anos de 1999 e 2018. Dos 5.570 municípios em que o país está dividido, os municípios que tinham pelo menos uma livraria, passaram de 1.977 (35,50%) para 986 (17,70%) em menos de 20 anos. Uma redução abissal!

A Associação Nacional de Livrarias (ANL) estimava que existiam 3.481 livrarias em 2012. Em 2014, a estimativa tinha caído para 3.095 livrarias. Quantas existirão hoje em dia? Talvez umas duas mil, considerando uma média de duas livrarias por município, a partir dos dados do IBGE.

Entretanto, existe um canal nas vendas a mercado que está no sentido oposto ao das livrarias. Em agosto de 2014, concomitante à realização da Bienal do Livro de São Paulo, a Amazon começou a vender livros físicos. Coincidência ou não, a Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, a partir de 2015, passou a ter a rubrica “Livrarias exclusivamente virtuais” dentre os canais de venda a mercado. A Amazon juntou-se, assim, ao Submarino, Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, e às Livrarias Luana, Concursar, Florence, da Folha dentre outras com atuação neste canal on-line.

Acesse a matéria completa publicada pelo PublishNews e compreenda a importância das livrarias no mercado editorial

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