Os vídeos têm tradução em Libras e audiodescrição (Foto: Amanda Vieira/JP)
Além de se informar para proteger-se do novo coronavírus, as pessoas com deficiência também precisam de lazer durante a quarentena. Mas a falta de acessibilidade é persistente. Para quebrar essa barreira, a equipe piracicabana Encanto Produções e Eventos pensou em uma forma de levar o “mundo mágico” das princesas para todas as crianças pelos vídeos em seu canal no YouTube. A primeira produção disponível para os pequenos é a história da Bela e Cinderela, que conta com tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais), legendas e audiodescrição.
“Assim que surgiu uma oportunidade de gravarmos, nosso primeiro pensamento foi: ‘como podemos fazer com que esse conteúdo esteja de fato disponível para todas as crianças?’”, lembra Giulia Sbrissa, produtora artística. “Iniciamos os nossos estudos e preparativos para produzirmos, além de vídeos comuns, vídeos que podem ser assistidos e compreendidos por cada criança, dentro de suas particularidades”, conta.
A equipe visa continuar a produção com acessibilidade para o YouTube e levá- -las, após a quarentena, para os eventos presenciais. “Nosso principal objetivo é levar carinho, diversão e entretenimento de qualidade para dentro de cada casa, para cada família, principalmente neste momento tão vulnerável”, enfatiza Giulia.
De acordo com Leonardo Moraes, produtor cultural e diretor, a equipe recebeu apoio da intérprete de Libras Beatriz Turetta, também coordenadora do grupo Libras Piracicaba e Região, e a intérprete que aparece nos vídeos é Shalimar Laureano, que tem direito a uma fantasia e senta- -se ao lado das princesas durante a contação de histórias. “[A Beatriz] nos instruiu com vários tópicos sobre como realizar essas gravações de forma correta, porque além da nossa intenção de acertar, é necessário que as atividades sejam feitas de uma maneira que o público que está recebendo consiga compreender e usufruir desse material”, avalia Moraes.
Para Beatriz, a intérprete ocupar o mesmo espaço que as princesas ocupam é “uma conquista” para a área. “Não tenho palavras, [eles] foram muito sensíveis à necessidade das crianças, não só das surdas, mas se preocuparam se ia ser acessível para as crianças cegas”, avalia Beatriz.
Conforme conta Cristiane Sbrissa, administradora da equipe, eles se atentam à recepção do público para aprimorar a acessibilidade nos próximos vídeos.“Estamos recebendo muitas mensagens de carinho de diversas famílias e profissionais que estão felizes e tocados pelo resultado dessa primeira produção, assim como diversos feedbacks de profissionais de todo o Brasil que estão nos ajudando a ajustar alguns detalhes técnicos para as próximas gravações”, afirma Cristiane.
Andressa Mota
Fonte: Jornal de Piracicaba