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Sítio do Picapau Amarelo. Foto ilustrativa/ Arquivo

Doutor em literatura fala da importância de Monteiro Lobato

No Dia Nacional do Livro Infantil, o professor da UFSCar, Wilson Alves Bezerra, também dá dicas de livros para desfrutar na quarentena; confira

Texto por Flávio Mesquita

Sítio do Picapau Amarelo. Foto ilustrativa/ Arquivo

18 de abril de 1882. Esta foi a data de nascimento de um dos maiores escritores brasileiros, aquele que tem até hoje as obras infantis mais vendidas e com dezenas de adaptações para o cinema e para a televisão.

Nós estamos falando, é claro, de Monteiro Lobato. Dentre as várias obras, o Sítio do Picapau Amarelo foi a grande marca das obras infantis, publicada inicialmente em 1920, no livro “a menina do narizinho arrebitado”.

Segundo o professor do departamento de letras da UFSCar e doutor em literatura, Wilson Alves Bezerra, Lobato é o grande ícone da literatura infantil brasileira. “Monteiro Lobato é uma figura central da cultura brasileira. Ali na virada do século XIX para o século XX, ele foi pioneiro da indústria editorial, ele tinha a editora do Brasil. Ele foi um grande difusor da cultura com a revista do Brasil. E ele foi o nosso primeiro grande autor de livros infantis, com a Emília, com o Sítio do Picapau Amarelo. Então, ele é uma figura chave, uma figura inescapável da nossa cultura. Acho muito merecido que o nascimento dele seja o dia do livro infantil”, disse Bezerra.

Embora a importância de Monteiro Lobato seja inegável para a literatura infantil, nos últimos anos, suas obras foram questionadas quanto a referências racistas. Wilson Bezerra diz que é importante compreender o contexto em que a obras foram produzidas. “A gente tem percebido cada vez mais que existem aspectos do preconceito racial, do racismo, contra os negros na literatura dele. O que a gente faz diante disso? Vamos expurgar o Monteiro Lobato da história literária brasileira? Evidentemente que não. A gente tem que entender que o Lobato é um filho das elites brasileiras da virada do século XIX, ele nasceu em 1882 durante a escravidão no Brasil. O racismo faz parte do caldo cultural no qual ele se formou”, disse.

Monteiro Lobato

Como estamos falando em Dia Nacional do Livro Infantil, o professor traz algumas dicas de leituras nesse momento de quarentena. “Eu pensei em um livro de uma autora chamada Bianca Santana, chamado ‘Quando eu me descobri negra’, são pequenos relatos dessa autora contando como crianças que não são brancas, que não tem esse biótico caucasiano, como é que elas sofrem”, recomendou o professor.  

“Outro livro que eu acho bem bonito é o livro do Drauzio Varella, chamado ‘Nas ruas do Braz’, ele conta as memórias da infância dele, chegando sozinho ali nesse bairro italiano do Braz”, concluiu Bezerra.

Além dessas dicas do professor Wilson Bezerra, quem quiser conferir as obras de Monteiro Lobato, é só acessar a biblioteca digital nacional do Rio de Janeiro. Todas as obras do autor estão disponíveis para leitura. É só acessar http://bndigital.bn.gov.br.  

Quem prefere as adaptações infantis para o cinema, é só procurar pelas obras na cinemateca brasileira, em cinemateca.org.br.

Fonte: ACidadeON/São Carlos

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