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Editores discutem crise do mercado de livros no Brasil: ‘É preciso investir em educação’

Luiz Schwarcz, Marcos Pereira e André Conti participaram do ‘Conversa com Bial’ desta segunda, 6/8

O mercado editorial brasileiro encara uma grave crise no setor devido ao atual cenário econômico do país. Somente nos últimos três anos, o segmento encolheu cerca de 20%. Isso significa, em números práticos, menos de 50 milhões de livros vendidos. Para debater o assunto, o Conversa com Bial recebeu nesta segunda-feira, 6/8, três expoentes da área: os editores Luiz SchwarczMarcos Pereira e André Conti.

“Estou há 40 anos trabalhando com livros e não lembro de ter conhecido uma crise assim. Talvez, seja a mais forte. Mas, tendo superado tantas, acredito que vai passar”, analisou Luiz.

“Excluindo o que o governo compra, estamos vendendo, em média, 240 milhões de livros por ano”, pontuou Marcos.

Luiz lembrou que as crises econômicas anteriores não abalaram tanto o mercado editorial porque o setor era mais elitizado; afirmou que o país tem um enorme potencial para crescer nesse segmento e apontou a solução do problema:

“É preciso investir em educação. O mercado editorial do Brasil cresceu quando o país investiu. O que faz crescer o mercado editorial é trazer mais gente para o topo da pirâmide educacional”.

“Tem que formar mais bibliotecário e ter mais bibliotecas públicas para quem não tem poder aquisitivo de compra”.

“Sugiro que as pessoas que gostam de livro escolham seus governantes pensando em educação”.

A queda na venda de livros causou um baque nas contas das grandes livrarias nacionais, que acabaram atrasando seus pagamentos às editoras. Para Luiz, a culpa é da perda de valor de mercado do livro:

“O preço subiu apenas 7%. Foram mantidos em um nível muito abaixo do que as livrarias precisam para sobreviver”.

“Houve uma perda do sentido de valor do livro. Hoje você compra três livros pelo preço de uma camiseta. Essa distorção é mortal para as livrarias e para o ciclo do livro no Brasil

Existe luz no fim do túnel?

Apesar dessa recessão, Conti trocou seu cargo em uma grande editora para fundar seu próprio selo, acreditando que o setor conseguirá dar a volta por cima:

“É a melhor horar para entrar no mercado. Momento de crise é um momento de debater. Todo editor tem que ter um pouco de idealismo, apostar no país que a educação vai para frente”, afirmou.

“Falta muita gente para aprender a ler. Isso é triste. Por outro lado, se nós vencermos o analfabetismo e criarmos novos leitores, o potencial do Brasil é um dos maiores do mundo”, apostou Luiz.

“Nós, como editores, precisamos investir na divulgação do livro para o público geral. Precisamos dizer para as pessoas como é bom e importante ler e como a leitura faz as pessoas crescerem”, conclui Marcos.

Fonte: GShow

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