

Meus pais me davam muitos livros quando eu era criança, eu ganhava coleções. Mas eu nunca tive contato com bibliotecas na minha infância. Meu primeiro contato com uma biblioteca foi aos 12 anos, na escola. Eles iam montar uma biblioteca e nosso professor de português chamou uma turma para limpar os livros, limpar as estantes e começar a arrumar, então ali eu vi uma biblioteca nascendo!
• E depois?
Depois, já no ensino médio, conheci a biblioteca do Centro Cultural São Paulo, eu fazia trabalhos lá com meus amigos. Só que eu ficava indignada porque não entendia aqueles números na lombada do livro, então as bibliotecárias me mandavam procurar nas estantes e eu não achava lógica naquilo. Eu ficava “como elas acham tão rápido”? Então um dos meus primeiros interesses era entender aqueles números.
• Como você descobriu a biblioteconomia?
Mais crescida, quando eu comecei a procurar uma profissão, eu queria fazer análise de sistemas, e um amigo meu falou: “biblioteconomia tem tudo a ver com análise de sistemas”. Eu fui procurar o que era biblioteconomia e era justamente a profissão que me faria descobrir o que eram aqueles números na lombada. E foi assim que eu comecei.
• Como começou sua história com o Sesc?
Eu comecei no Sesc Itaquera, no caminhão biblioteca, inaugurei os Bibliosescs. (O Bibliosesc é um projeto de incentivo à leitura que oferece empréstimo e consulta de livros, jornais e revistas, gratuitamente. As bibliotecas volantes atendem às regiões de Campo Limpo, Santana, Interlagos, Itaquera, Osasco, Santana e São Caetano).
• O que existe de diferente em uma biblioteca no Sesc?
O diferencial de uma biblioteca do Sesc é toda a estrutura. O sesc como empresa cultural dá liberdade para a gente montar uma biblioteca com o melhor que há no mundo da literatura, então conseguimos oferecer o melhor para o público. Quem vem para uma biblioteca do Sesc não se arrepende, não tem viagem perdida, sempre vai encontrar alguma coisa muito boa, fresquinha.

No caso do Sesc Guarulhos, descobrimos uma cidade leitora. Guarulhos é uma cidade que lê muito e lê bem. Todo dia tem um leitor interessado, que vem aqui, que é curioso, que quer pegar coisas diferentes, que explora a biblioteca. As crianças que vêm aqui gostam de participar das atividades, os pais participam junto com as crianças. É uma biblioteca que acolhe todo mundo. É uma biblioteca para a família, para o estudante, para a pessoa que vem passar a hora, para a pessoa que vem conhecer o Sesc no final de semana e quer ler, para quem está embarcando no universo da leitura agora. Se a gente usasse uma palavra, seria uma biblioteca que acolhe.
• Como é feita a curadoria dos livros?
O processo de seleção dos livros é amparado por essa rotina do Sesc de querer oferecer o que há de melhor nas programações culturais, então isso se reflete nos livros. A curadoria tem como critério formar o leitor, então nossas bibliotecas trabalham com literatura tendo um pouco de cada coisa que o Sesc oferece. A gente vai ter um pouco sobre culinária, sobre teatro, música, esportes, educação ambiental… a gente faz um recorte do que é a programação do Sesc em formato de livros. Para que o leitor realmente tenha o prazer de sentar e ler um livro, uma revista com qualidade e conteúdo bom.

As Bibliotecas do Sesc SP são espaços de leitura e convivência. Além da consulta de revistas e jornais e empréstimos de livros, oferecem ambientes favoráveis à troca de experiências literárias, culturais e educativas, com o objetivo de facilitar o acesso ao livro, incentivar as práticas de leitura e a formação de leitores. Além disso, nas bibliotecas acontecem atividades como encontros com escritores, narração de histórias, leituras coletivas e debates. O acervo é composto por obras de literatura brasileira, estrangeira, juvenil, infantil, quadrinhos, poesia e artes, além de esportes, lazer, saúde, meio ambiente, história, filosofia, educação, etc. Nas Unidades Guarulhos, 24 de Maio, Avenida Paulista, Belenzinho, Birigui, Bom Retiro, Carmo, Centro de Pesquisa e Formação, Jundiaí, Santo Amaro, Santo André, Santos e Sorocaba os leitores com deficiência visual (parcial ou total) podem contar com equipamentos especializados, como scanner de voz, linha braille e ampliador de caracteres e imagens, tornando o conteúdo da biblioteca acessível para esse público.
Fonte: SESC São Paulo