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No Dia Mundial do Livro, entidades globais se unem para pedir pacotes de estímulo econômico

PUBLISHNEWS, LEONARDO NETO

O manifesto é assinado pelas principais organizações internacionais que representam a cadeia do livro. Por aqui, empresários do setor relatam dificuldades de acesso às linhas de créditos emergenciais.

Entidades internacionais do livro aproveitaram o Dia Mundial do Livro, celebrado nesta quinta-feira (23), para se unirem em torno de uma causa comum: a defesa econômica da indústria do livro neste momento de crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

O documento é assinado conjuntamente pela International Publishers Association (IPA), European International Booksellers Federation (EIFB), International Authors Forum, International Association of STM Publishers e International Federation of Reproduction Rights Organisations (IFRRO). “Os livros precisam de autores para escrevê-los e ilustrá-los, editores para investir neles, livreiros para levá-los aos leitores e organizações de gestão coletiva para proteger seus direitos autorais. Esta cadeia, tão vital para a sociedade, está sob ameaça iminente”, diz a carta.

Diante desse cenário, as entidades signatárias fazem um apelo a governos para que criem e adotem pacotes de estímulo econômico para sustentarem seus respectivos setores editoriais. “Em muitos países, nossa indústria já está lutando por oxigênio. Devemos encontrar formas de garantir o futuro para autores, editores, editores, designers, distribuidores, livreiros e aqueles que trabalham na gestão coletiva, para que a indústria do livro possa se recuperar assim que essa pandemia for superada. Um mundo sem novos livros seria um lugar triste e pobre. Estamos trabalhando duro para superar essa crise, mas precisamos de ajuda para sobreviver. Precisamos que os governos nos ajudem a superar isso juntos.”, conclui o documento.

No Brasil

Por aqui, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) apoiam o manifesto e tentam sensibilizar parlamentares e membros do Poder Executivo com os pleitos levantados pelas entidades internacionais. O documento enviado pela CBL ressalta os “efeitos devastadores” causados pelo fechamento das livrarias no Brasil e faz um novo apelo: “As ações de auxílio divulgadas recentemente, embora positivas, não alcançam as pequenas e médias empresas. O acesso às linhas de crédito é um exemplo nesse sentido. Na maioria dos casos, a exigência de garantias reais e outras questões burocráticas torna inviável o acesso da grande maioria das empresas”. O documento “abrasileirado” pede ainda a manutenção dos programas governamentais de compras de livros e o cumprimento de pagamentos das vendas já realizadas.

O argumento da Câmara encontra ressonância no mundo real. Empresários do setor relatam dificuldades em acessar estes financiamentos. Em sua coluna desta quarta-feira, Ancelmo Gois relatou que livrarias que pediram linhas de créditos em bancos receberão não. “A explicação – inclusive na Caixa – que já se ouviu é que o setor ‘está acabando’ e que, dessa forma, seria arriscado liberar empréstimos agora”, diz o jornalista.

Elisa Ventura, da Blooks, se manifestou sobre o ocorrido: “Nesse momento de crise, estamos nos reinventando diariamente. Por isso tudo, é inaceitável esse tratamento dos bancos com um negócio que gera empregos, movimenta uma enorme cadeia produtiva e já demostrou inúmeras vezes a capacidade de se manter. Acordem, bancos! Não queiram nos matar. Livros, livreiros e livrarias queremos e vamos viver!”.

Também à coluna de Ancelmo Gois, Marcos da Veiga Pereira, presidente da Sextante e do SNEL, também rebateu a tese de que o setor está morrendo: “Hoje é o Dia Mundial do Livro, um momento importante para mostrarmos a importância da leitura em nossas vidas, especialmente em momentos difíceis como este”. Rui Campos, da Livraria da Travessa, também foi ouvido pelo “coleguinha”: “Toda vez em que me falam em morte do livro, me lembro daquela expressão antiga, ‘ainda vou mijar em sua cova’, para dizer que muita gente vai morrer antes”.

O PublishNews procurou a Caixa, mas até o fechamento desta edição, não obteve retorno.

Leia aqui a íntegra do manifesto das entidades internacionais e aqui a carta da CBL enviada a parlamentares e membros do Poder Executivo.

Fonte: PUBLISHNEWS

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