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NOTA DE REPÚDIO – Qual é a segurança que nós, brasileiros e brasileiras, temos com os registros da nossa memória?

Acaba de acontecer mais uma tragédia, infelizmente. Grande parte do acervo da Cinemateca Brasileira foi destruído e não foi pelo incêndio, mas pelo descaso com a preservação com o nosso patrimônio, consequentemente, com a nossa história. Tragédia já anunciada há muito tempo.

A Cinemateca Brasileira é de responsabilidade do Governo Federal, que tem a obrigação de cuidar e preservar esse acervo. A tragédia aconteceu após o acordo entre o Governo Federal e o Ministério Público Federal – MPF, que suspendeu o processo contra a União por abandono, mediante o “compromisso” de enviar dentro de 45 dias um planejamento com as ações de gestão e preservação. Porém, por determinação da Justiça, deu mais 60 dias para a União Federal dar continuidade nas ações de preservação do patrimônio.

Não podemos esquecer que em julho de 2020, a Prefeitura de São Paulo, de Bruno Covas, por meio da SPCine, e a Câmara dos Vereadores de São Paulo decidiram ajudar o órgão. As primeiras ações visaram o pagamento das contas atrasadas, a reativação do sistema de segurança e vigilância, a recolocação de bombeiros no local e a retomada da manutenção do maior acervo de audiovisual da América do Sul. O Ministério da Cultura, tanto o Ministro do Turismo da época, Marcelo Álvaro Antônio, e o Secretário Especial da Cultura, Mário Frias, por questões desconhecidas, se posicionaram contra.

Essa tragédia anunciada deve também nos fazer refletir sobre a responsabilidade do Poder Público em salvaguardar seus acervos documentais. O caso da Cinemateca é emblemático, pois representa o extremo da irresponsabilidade do Estado em relação ao Patrimônio Cultural do país.  

Ao se eximir de sua responsabilidade de cuidar do Patrimônio Cultural do país, cortando o orçamento das instituições de salvaguarda dos acervos até que elas fiquem totalmente incapazes de cumprir sua tarefa, o Governo Federal assume o papel de protagonista de uma tragédia. É o mesmo que jogar gasolina sobre esse patrimônio e riscar o fósforo.

O Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo 8ª Região – CRB-8 se manifesta contra o descaso com a preservação da memória cinematográfica brasileira e exige o compromisso e uma ação imediata do Governo Federal com a preservação do restante do acervo da Cinemateca Brasileira.

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