12 de outubro também é comemorado o Dia Nacional da Leitura
Texto por Jenniffer Silva

No Brasil, existem diferentes datas celebrativas sobre a prática da leitura. Além de ser o dia dedicado às crianças e a Nossa Senhora Aparecida, 12 de outubro, é desde 2009, o Dia Nacional da Leitura. Pretendendo estimular a sociedade sobre sua importância já nos primeiros anos de vida e contribuir com o aumento da produção literária no País, que a lei Nº 11.899/09 prevê que, anualmente, este dia seja enaltecido no meio cultural e escolar.
Entretanto, ainda é pouco comum entre os brasileiros o ato de ler, muitos alegam falta de tempo, e até mesmo desinteresse. Fato é, que não se estimula a leitura logo no início da vida e quanto mais tarde for, menos provável a sociedade se tornará consciente nos benefícios que a leitura oferece.
CULTURA DO LER
O pedagogo Rodrigo França salientou que o Brasil não um país que estimula a leitura, pelo contrário, é apresentado como algo de obrigatoriedade: “O Brasil não é um país leitor, que incentiva a prática da leitura de forma constante e prazerosa. Infelizmente em algumas escolas, a leitura é vista com algo direcionado a execução de tarefas – ‘leia para responder às perguntas’, ‘leia para fazer resumo’. Assim, constrói-se uma cultura de leitura obrigatória, maçante e não prazerosa”.
Rodrigo disse, ainda, que tal prática deve ser estabelecida já durante a gestação, por meio do diálogo, e da leitura nesse período e logo nos primeiros anos de vida da criança, deve ser contínua e ligadas a imaginação, dramatização e exploração de diversos portadores textuais. Segundo ele, isso irá contribuir com a familiarização da criança com as palavras.
No âmbito escolar, a metodologia deve ser semelhante, utilizando a leitura no processo de socialização, proporcionando o acesso a diferentes livros e temas: “Isso não garante uma pessoa assídua à leitura, mas sim, um incentivo a ela, pois devemos nos lembrar que o processo é de mão dupla, e conta com o interesse de todos os envolvidos: escola, família e criança”.
Ainda na perspectiva de formação social da criança, o pedagogo reiterou que o avanço do letramento influencia nas relações interpessoais são maiores do que de uma criança que ainda não tenha aprendido a ler. Ele caracteriza a importância como a possibilidade de ser, sonhar, viver, participar de forma ativa e crítico-produtivo nos meios, respondendo às demandas sociais.
Rodrigo rememorou que mudanças podem ser percebidas ao longo dos anos, e destacou que a tecnologia é um dos responsáveis pelo aumento no número de leitores. Feira de livros – como a Bienal Internacional de São Paulo, implantação de bibliotecas nas escolas e discussão curricular que contempla a leitura nas práticas pedagógicas.
AINDA FALTA MUITO
“Mesmo diante desses avanços, ainda estamos engatinhando na disseminação da cultura da leitura no Brasil, e não adianta ter diferentes formas e possibilidades de acesso e práticas, se não aceitarmos dentro de nós, educadores, essa importância, necessidade, condição e assim buscarmos mudar nosso perfil, na intenção de melhoria de um todo”, disse.
Para ele, faltam medidas que possibilitem ainda mais esse acesso aos livros e existe uma condição capitalista, que resulta em valores altos, que não consideram a diferença socioeconômicas do País.
PLANO NACIONAL DO LIVRO E LEITURA
Iniciada em 2006, com a Portaria Interministerial Nº 1.442, de 10 de agosto, firmada pelos Ministérios da Cultura e Educação e instituída em 1º de setembro de 2011 pelo decreto Nº 7.559 assinado pela ex-presidente Dilma Rousseff, sua proposta central é propor uma dimensão de Política de Estado, que contemple de forma orgânica, programas e projetos que abrangem os Ministérios da Cultura e Educação, os governos estaduais e municipais e todos os setores interessados no tema.
Quatro eixos orientam o plano, são eles: Democratização do acesso, Fomento à leitura e à formação de mediadores, Valorização institucional da leitura e incremento de seu valor simbólico e Desenvolvimento da economia do livro.
Durante 2005 e 2006, 150 reuniões foram realizadas para compor o documento. Contribuíram com sugestões toda a cadeia produtiva do livro – editores, livreiros, distribuidores, gráficas, fabricantes de papel, escritores, administradores, gestores públicos e outros profissionais do livro –, bem como educadores, bibliotecários, universidades, especialistas em livro e leitura, organizações da sociedade, empresas públicas e privadas, governos estaduais, prefeituras e interessados em geral.
O texto final só foi aprovado em 19 de dezembro de 2006, durante um encontro na Câmara Setorial do Livro e Leitura (CSLL). Este texto esteve em vigor até a realização de uma edição em 2010, antes da assinatura do decreto pelo Governo Federal.
Fonte: O São Paulo