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O tempo de ouvir histórias está de volta

Estadão Conteúdo

A dentista Claudia Sousa, de 63 anos, levava cerca de 10 minutos para ir de casa ao consultório, no Rio, e de repente o trajeto passou a durar 40 minutos. Leitora de livros físicos e digitais, ela nunca foi simpática à ideia de ouvir um audiobook. Achava que não ia funcionar para ela, que tem uma memória mais visual. No meio de um congestionamento, porém, resolveu comprar um título. Escolheu Me Poupe!, autoajuda financeira best-seller de Nathalia Arcuri, narrado pela própria autora – um livro que Claudia não compraria na versão tradicional. “Adorei, parecia que ela estava sentada ao meu lado.”

A dentista Claudia Sousa, de 63 anos, levava cerca de 10 minutos para ir de casa ao consultório, no Rio, e de repente o trajeto passou a durar 40 minutos. Leitora de livros físicos e digitais, ela nunca foi simpática à ideia de ouvir um audiobook. Achava que não ia funcionar para ela, que tem uma memória mais visual. No meio de um congestionamento, porém, resolveu comprar um título. Escolheu Me Poupe!, autoajuda financeira best-seller de Nathalia Arcuri, narrado pela própria autora – um livro que Claudia não compraria na versão tradicional. “Adorei, parecia que ela estava sentada ao meu lado.”

Camila Cabete, da Kobo, também acredita no audiolivro como um aliado na luta por leitores. “Mas mais do que isso: audiolivro é uma forma de entretenimento, e o consumidor vem em busca de boas produções e boas locuções. Vejo o produto como um concorrente direto dos aplicativos de streaming de vídeo.”

O editor Tomás da Veiga Pereira, da Sextante, que integra a Auti Books, acredita “profundamente” no formato, mas é realista. “Nada vai acontecer do dia para a noite, pois é uma novidade para 99,9% das pessoas, mas vai crescer e revolucionar o acesso dos livros no Brasil entre 5 e 10 anos.”

Comparando o primeiro semestre de 2018 com o de 2019, a distribuidora Bookwire registrou 74% de crescimento em vendas. “Os e-books ainda estão em explosivo crescimento no Brasil, mas, avaliando os primeiros números do mercado de audiolivro, ele aparentemente vai ser maior do que o de livro digital”, diz Marcelo Gioia, da Bookwire.

Há dois modelos de negócios: a venda tradicional e a assinatura (veja no box). A produção é cara (entre R$ 1.500 e R$ 2 mil a hora finalizada, podendo ser mais se o narrador for uma celebridade), e um audiolivro acaba custando só um pouco menos do que o físico.

O consultor Carlo Carrenho, que prepara a chegada da editora sueca World Audio ao País, acredita que alguns gêneros podem funcionar melhor do que outros em áudio. “Minha intuição é que, além da ficção comercial, religiosos, autoajuda, eróticos, romances femininos e obras comerciais de história vão funcionar bem.”

Fonte: O Estado de S. Paulo

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