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Sem perder a magia, contadoras de histórias utilizam as redes para entreter

Profissionais têm feito lives e vídeos para não perderem o contato com a garotada durante a quarentena

Texto por Jéssica Malta

Beatriz Myrrha é uma das que está usando a internet para contar histórias
Foto: Gláucia Rodrigues/Divulgação

Em tempos de coronavírus, a principal  recomendação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é manter-se em casa. Nesse cenário de confinamento, entreter as crianças – que, seguindo a orientação dos órgãos sanitários, tiveram as aulas suspensas – pode ser um desafio.

A boa notícia é que existem diferentes opções dedicadas aos pequenos disponíveis na internet. Uma delas surgiu da movimentação de contadoras de histórias ao redor do país. Com diversos eventos adiados ou cancelados por conta da pandemia, elas passaram a utilizar as redes sociais para darem continuidade ao ofício.

Com um canal de contação de histórias ativo no YouTube desde 2015, o “Fafá Conta”, a curitibana Flávia Scherner foi uma das contadoras a aderirem ao movimento. “Vi que um autor que eu gosto da Irlanda ia fazer uma live lendo seus livros, aí pensei em pegar os livros que eu tenho em casa e também fazer essa leitura online”, conta.

Flávia não foi a única a apostar nas redes sociais. Ela lembra que outras amigas e companheiras de profissão também decidiram transportar a contação de histórias para o universo digital. “Quando a gente notou que havíamos tido a mesma ideia, a gente se juntou para fortalecer o movimento e nos organizamos para que nenhuma se apresentasse no mesmo horário da outra”, explica. “Foram cinco mulheres, todas trabalhando na mesma área, para o mesmo nicho, se unindo nesse movimento de sororidade”, destaca.

Com uma programação de segunda à sexta-feira, Flávia, que tem mais de 151 mil seguidores somente no Instagram, relata que a resposta do público à novidade tem sido bastante positiva. “Não imaginava que fosse acontecer dessa forma. Na primeira live, foram umas 70 pessoas assistindo. No dia seguinte o número já chegou a 3 mil”, diz.

Ela afirma que a média de público que passa pelas lives tem sido de 6 mil pessoas.

Uma história por dia

A mineira Anna Lirah é outra contadora de histórias que também apostou nas redes sociais para continuar com o trabalho. “Em janeiro eu tinha me proposto a contar uma história por dia, mas acabei adiando. Quando começou a quarentena, eu pensei: agora é a hora”, comenta.

Apresentando-se diariamente no Instagram desde a última semana, Anna ressalta as particularidades da contação online. “Pela internet, a gente tem a possibilidade de mostrar o livro mais de perto, para as pessoas acompanharem. Quando conto pessoalmente, só mostro o livro no final. Então, nas lives a gente acaba podendo indicar mais, mostrar mais as ilustrações”, afirma.

Outra diferança da empreitada virtual de Anna Lirah é a participação do filho Otto, de cindo anos. “Estamos nós dois dentro de casa. Quando faço as lives, inevitavelmente ele participa. Nas primeiras, ele participou intensamente e foi um desafio, tive que ter muito jogo de cincutra, mas, ao mesmo tempo, foi lindo. Não pdoeria excluí-lo desse momento, já que estou fazendo algo pelas crianças, não teria sentido deixá-lo de fora”, analisa.

Exercício de amor

Outra contadora de histórias que tem aproveitado o seu ofício para entreter a criançada usando a tecnologia é Beatriz Myrrha, que está comemorando em 2020, 30 anos de carreira.

Ela revela que sempre teve uma boa relação boa com a câmera e que tem gravados vídeos e postado em suas redes. “Eu fico imaginando que tem uma outra pessoa do lado, tentando comunicar com ela. Quando a gente conta uma história, o ouvinte conversa muito com a gente. Agora não acontece isso, mas tenho que tirar de dentro de mim, imaginar o que naquele momento poderia fazer para essa pessoa que está dentro da casa ser tocada também com as histórias”, diz.

A contadora ressalta que, mais do que nunca, está praticando não só um exercício duplo de imaginação, mas também um exercício de amor enorme. “É um presente à distância, mas, independente do que você faz, é uma maneira de contribuir um pouco. A gente precisa ajudar os outros com aquilo que existe de melhor e esse lugar é o do artista”, salienta.

Beatriz Myrrha ressalta o poder da arte que, segundo ela regenera e traz alegria para as pessoas. “E isso é fundamental para curar; até para deixar o sistema imunológico mais forte. As histórias têm tantas respostas para a vida. Quando a gente escuta aprende várias lições”, pontua.

Confira os perfis das contadoras no Instagram

Anna Lirah (annalirahart)

Beatriz Myrrha (beatrizmyrrha)

Camila Genaro (@camila.genaro)

Carol Levy (@carollevy)

Emília Nuñez (@maequele)

Fafa Conta (@fafaconta)

Marina Bastos (@marinabastoshistorias)

Fonte: O TEMPO

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